Foto: https://www.editorapatua.com.br/
FRANCIS KURKIEVICZ
( Paraná – Brasil )
Poeta do Paraná. Formado em Filosofia pela UFPR.
Francis Kurkievicz é poeta libriano com ascendente em gêmeos, budista de esquerda, autoexilado em Vitória/ES, tem quase nada publicado em livro, apesar da vasta produção inédita e inaudita; mantém distância civilizada de blogs, publicações em portais e revistas eletrônicas, obviamente não por escolha. Romântico e desiludido, ainda acredita no livro de papel.
***
Os poemas de B869.1 k96 são frutos da safra de 2018 e foram colhidos ao longo de um ano difícil, cheio de perplexidades e reflexões. (...)
vertigem
meu corpo é comprido e curvo
tem dobras e desequilibra
derrama óleo
expurga tinta e caminha
perde o rumo
gira
salta e solta
de dentro pra fora
tonteia no barulho e no escuro
labirinteia
desespera
sussurra e sossega
***
ponte
no coração humano
existe uma chama que desperta a cada encontro
– a maior viagem é até o outro
***
Não compreendo as ferramentas do marketing
XXV
Não compreendo as ferramentas do marketing;
não entendo os processos corporativos;
desconheço os princípios da economia de mercado.
Não sei construir uma carreira profissional;
não me enquadro nos propósitos do consumo;
não sei lidar com dinheiro ou propriedades;
me aborreço com as requisições do imposto de renda.
O único saber que tenho
é que a vida não cabe numa planilha do Excel,
não há estratégias de comunicação para a poesia;
não há um branding para o poema.
O único que sei é que
a Arte não é rentável,
não é um produto de mercado
e nem um bem de consumo.
A poesia não é uma propriedade privada,
não é um ativo ou uma Letra de Bacen.
A ela devemos tributar apenas nossa atenção
a singela presença do espírito,
pois se há propósito na Arte e na poesia
é o seu Plus Ultra transformador
que desperta o insone de sua letargia.
ANTOLOGIA PATUÁ 10 ANOS + Patuscada/ Vários autores. Editor Eduardo Lacerda. Capa de Leonardo MAthias. São Paulo: Editora Patuá, 2021.; 288 p. 13,5 x 21 cm. ISBN 978-65-5864-191-9 Ex. bibl. Salomão Sousa
ZAÚM DE KHAM
O termpo é pedra.
Sólido o elefante de marfim.
Poegramática tua
Transnacionalmente poesia
Consorte de tua glosseslava:
Folga o folguedo
Na fogueira desta glaciação.
Moscow te adia — dias (anos?)
Teus proletariávidos livros-hinos;
Mas:
Fome é medo – fomedo
A morte é ridente = sorriscida.
Necessidade já em outra cidadã — terra natal:
De volta a Kazan ardias — cardioagonias;
Febril — partias fabril
Sem despedidas atendidas
Inédito — interdito — negligesquecido
[casual acaso em teu própriocaso].
Enquanto quando
A revolunação seguiguiava
De outubro à outono rubro
Maiakovski te exaltavartigos na imprensa
Indignado e endiabrado.
Transigiu a transição
O simbolicofuturistaumaturgamigo
Hiato-hiálito atravessou a revolucidação
Rebel-ezando a po(sovi)ética
Sem nada — nier — pedir/perder/temer.
Vielimir Khlébnikov!
*
VEJA e LEIA outros poetas do ESPÍRITO SANTO em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/espirito_santo/espirto_santo_index.html
Página publicada em dezembro de 2021
|